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segunda-feira, 18 de dezembro de 2017

UMA PERGUNTA SEM RESPOSTA

Um texto pela vida e pela morte covarde de Dandara, espancada até a morte.

O que torna alguém um covarde? Humilhar, torturar e matar um ser humano da maneira mais brutal possível sob o olhar indulgente de uma câmera e divulgar tudo isso com a certeza de que, mais uma vez, a impunidade prevalecerá? Negar que existem pessoas intolerantes, preconceituosas, extremistas, desumanas ou simplesmente hipócritas o suficiente para não admitir que o mundo está erguendo muros (reais ou imaginários) cada vez mais asfixiantes entre as pessoas? Obrigar o outro a repudiar sua essência, sua personalidade e sua sexualidade apenas para satisfazer a cegueira doentia dos que insistem em fechar os olhos para o inevitável: as diversidades existem, queira você ou não? Calar-se diante das cenas de bestialidade gratuita promovidas por débeis mentais fantasiados de jovens? Achar graça com o vídeo em que uma pessoa inocente e indefesa apanha até morrer? Botar a culpa na vítima? Indignar-se por alguns minutos e, como num relance, esquecer toda a barbárie que existe nestes tempos de insanos e reacionários? Não se sentir parte desse homicídio, seja como cúmplice, seja como vítima? Por favor, me digam o que é covardia, que eu já não sei mais! No frigir dos ovos, somos todos covardes, de uma forma ou de outra!

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