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segunda-feira, 18 de dezembro de 2017

ENSAIO SOBRE A IMBECILIDADE


* Texto dedicado a todos os companheiros professores, em especial, aos de História, Filosofia e Sociologia, que, todos os dias, lançam luzes sobre as trevas que nos consomem!

Por início, conveniente é estabelecer um conceito de IMBECIL. Consoante os mais reconhecidos dicionários, IMBECIL é aquele ser de inteligência limitada, de juízo impreciso e vago, de pensamentos tolos, ou seja, um idiota de estirpe e pompa. 
Uma vez expostas essas acepções, enveredaremos pelas várias maneiras de reconhecer um IMBECIL. Para melhor percepção do fato, optamos por elencar os procederes do IMBECIL nos parágrafos em seguimento.
O IMBECIL é uma figura peculiar, sobretudo quando decide, sabe-se lá por qual razão, repercutir suas ideias. À guisa de exemplo, um perfeito IMBECIL, diante da notícia de uma professora agredida por um aluno (leia-se IMBECIL imberbe), consegue encontrar atenuantes ou mesmo, pasmem senhoras e senhores, justificativas para a barbárie praticada pelo agressor. Com isso, o IMBECIL garante, em sua tão inspiradora opinião, que a professora é merecedora de uma cara quebrada por ser esquerdista, por ter aplaudido quando o outro levou ovada ou por ser feminista. Isso nos demonstra, de modo quase empírico, o quão débil é o pensamento de um IMBECIL. Haveria explicação ou justificativa para tamanho ato de violência? Que espécie de mente chucra conceberia tal raciocínio? Esses fatos nos levam a acreditar que o IMBECIL, em suas divagações pseudointelectuais, desconhece a noção do ridículo. Antes que esqueçamos, obviamente um IMBECIL, ao ler este texto, irá avermelhar-se, propagandeando jamais ter dito que a professora merecia ser violentamente agredida. Dirá, por certo, que suas palavras foram distorcidas irresponsavelmente. Qual nada! Esquece-se o IMBECIL de que suas ignóbeis postagens dúbias não deixam dúvida de que, no mínimo, não houve sequer a intenção de se solidarizar com um ser humano violentado por um IMBECIL, o qual, mesmo sendo um aprendiz de imbecilidades, já havia inclusive agredido a própria mãe e esta, pelo que consta, não se mostrava esquerdista ou feminista. 
O IMBECIL, ademais, defende causas as mais absurdas. A saber: Ele acredita ser doutrinação tudo que tangencia seu pensamento limitado; é naturalmente racista, elitista e sexista; arrota moral com santinhos de bom dia e mensagens de autoajuda e, logo em seguida, compartilha vídeos em que mulheres são apresentadas como um pedaço de carne para o deleite dos lobos no grupo do aplicativo de mensagens; vomita que uma mulher de roupa curta não se dá o respeito e que estaria pedindo para ser estuprada (claro que esse pensamento não se aplica à filha do IMBECIL); vaticina que Filosofia, Sociologia e História são fábricas de "comunistas" (termo utilizado com muita frequência no palavreado do IMBECIL); visa transformar as relações sociopolíticas em uma briga selvagem de arquibancada, regurgitando em suas pouco repercutidas postagens dicotomias sem sentido, apoiando-se no discurso de defesa da pátria contra os malvados e sanguinários "comunas".
Outrossim, o verdadeiro IMBECIL não acha que deva existir o termo Feminicídio, afinal de contas, violência contra a mulher, pelo fato de SER MULHER, isso é apenas MIMIMI. Aliás, essa onomatopeia, a meu ver tipicamente IMBECIL, encaixa-se bem nos propósitos argumentativos de um IMBECIL, afinal de contas, todo e qualquer grupo histórica e socialmente secundarizado, invisibilizado e marginalizado deveria mesmo era continuar como sempre esteve: calado. 
Por fim, saliente-se que o IMBECIL adora mitologia. Mas não a clássica, evidentemente. Esta o IMBECIL até mesmo despreza. O IMBECIL de verdade costuma instituir mitos que façam repercutir seu discurso de ódio, que apregoem a pena de morte aplicada de forma sumária e irrestrita para todos os "bandidos" (só não vale se o bandido for, por exemplo, da família do IMBECIL), que alardeiem escolas sem partido, mesmo sabendo que isso pode criminalizar educadores pelos motivos mais fúteis. 
Haveria mais, certamente, para discutir sobre essa criatura estranha, o IMBECIL, que há muito vem ganhando espaço em redes virtualizadas, que bem servem aos ofícios da imbecilidade. Mas encerramos por aqui, não sem antes dizer que não respondo a IMBECIS por uma razão simples: ainda não sei bem como me comunicar com tais seres. Bem que eu poderia tentar, mas não faço a mínima questão.

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