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domingo, 18 de agosto de 2013


Se não houvesse pela frente
teus olhos mansos e cansados,
nada de noite, nem dia,
nada de falta, nem açoite.

Se todo fosso encaminhasse
ao estradão do paraíso,
nada de carma, nem calma,
nada de bomba, nem arma.

Se em cada aço desse esteio
adormecesse a tua presença,
nada de fome, nem silêncio,
nada de livre, nem de nome.

Se a cada passo desejado
só um desejo se erguesse,
nada de medo, nem desculpa,
nada de culpa, nem degredo.

Se mais um dia, só um dia,
fosse o que fosse para nós,
nada de planos, nem glórias,
nada de restos, nem enganos.

Se os teus olhos, descansados,
no breu, notassem minha mão,
nada de hoje, nem depois,
nada de nada, só nós dois.

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