Amigos leitores que por aqui já passaram

sábado, 3 de agosto de 2013


Não compreenderam. Que contradição! Sou professor e carrego comigo o dom de não ser compreendido. Mais uma vez, atiçaram-me a esperança e arrancaram-na de mim, como se nisso houvesse algum tipo de graça. Como expus o que sou, tacharam-me de irresponsável, tabagista e alcoólatra, prova incontestável de que não houve o menor esforço em me conhecer de verdade. Se mentisse sobre mim, seria, por certo, hipócrita e aproveitador. É uma pena! Terminar o que há muito começou. Terminar o que nunca começou. Terminar o que jamais começaria. Sim, sou pai, educador, divorciado, mas não é por isso que mereço ser visto como um ser algo diferente ou digno de desconfiança. Hoje, não sinto nada por ninguém. Não por não ter coração, como os tolos argumentam, mas por acreditar que, até agora, não houve quem se levantasse à minha frente, estendesse a mão cirúrgica e desfibrilasse. Talvez apareça, um dia. Talvez não. Enquanto isso, vivo como quero viver, sem satisfações maiores, a não ser àqueles que realmente se importam comigo. Não existe entorpecente pior que a solidão.  

3 comentários: