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domingo, 15 de setembro de 2013

Quadrilha para recordar



O que me compele:
não tua presença,
senão a lembrança,
vestida de afeto,
pois eras pequena,
assim sem caminho,
tão longe de tudo,
tão quase moleca;
às vezes, encanto,
em outras, desejo.
Algo me condena
ao ver o teu rosto
de novo irrompendo...
– De novo! De novo!
Não sei se de longe
te aprumo tocaia,
te empurro ao passar;
nem olho de lado,
faço por vingança,
fingindo um acaso.
Não posso mais nada,
somente esperar
se não no decênio
de que me falaste,
talvez num desastre,
quiçá tempestade,
chuva de granizo,
mandinga de tia,
unguento de feira,
um resto de mar.
Que faço? Te espero?
Te deixo passar?
Te castro, te engulo,
te aborto, te cuspo...
Qual nada, vacilo!
Se penso, desisto,
se intento, me amanso,
sou pouco demais
com tempo de menos.
Achei ter virtude,
pensei te encantar...
– Já era! Já era!
De tudo que faço,
de ontem, de hoje,
só fica o desejo,
mas esse é tão besta
que chego a te ver
casada comigo.

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