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domingo, 28 de julho de 2013

Soneto pela insônia


Sou a que exaspera, veladamente,
que se levanta frouxa, feito aurora,
mansa e termal, de um só, feito demente,
mas, em muitos, grita meu ser agora.

Sou a flor que morre ao raiar do dia...
ex-pátria, de alma amputada... em silêncio
corredores sujos, sem companhia,
ditam os passos, que fogem em prenúncio.

Grito à fome que ainda me sacia,
aos loucos que me arremessam anzóis,
ao vento que me aquece as carnes mortas.

Por instantes, temo a vida, tão fria
que os sonhos me cobrem, como lençóis,
e a noite, que arde, já não mais importa.


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