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terça-feira, 2 de julho de 2013

CARTA DE AMOR


CARTA DE AMOR FICTÍCIA, COMO NUM EXERCÍCIO DE ESCRITA E SENTIMENTALIDADE. 

               
              Querida ......................................, 
              Tuas ausências, estranhamente, são o motivo condutor das horas que aprisionam os dizeres mais secretos. És a íntima razão das páginas em branco. E teu corpo silente faz da memória um atracadouro sem embarcações. Há algo sanguíneo em tua beleza, e a própria criação subsiste por teus instantes de desapoderada euforia. Em ti, pensamento e palavra unem-se, em um cio, e esta, de tanto êxtase, queda indizível. O que quero ao teu lado é imortalidade.  
            Se te imagino a declamar o que te mascare a dor, é que te quero bem, não como os amantes  de início ou as canções sem rumo; o que te oferto é oração, qual devoto filial e atento. Por tanta fé, exercito, a duras lutas, uma paciência gregoriana. Sei que te libertarás dos clarões que turvam a lembrança e desencorajam os gestos. Deixarás de ser memória e serás encantamento.
               Outras vidas, não as pretendo, a não ser que me haja garantias de que retornaríamos pelo destino que nos une e nos tenta a buscar, secretamente, os desejos mais latentes. Assim é o destino: a  foz do reencontro.
         Serás amiga e amada, fruto de meu tempo de espera; reconhecerás em mim tua absoluta paz. E que as palavras encontrem em ti o descanso necessário. 
                Com o carinho de quem apenas vela,
                .....................................................................................


              
                

4 comentários:

  1. Parabéns Sinval! És um grande homem!

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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    1. Ops, acho que você esqueceu de apagar esse comentário, como fez com os outros.

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  3. Não, esse fica. Está aberto ao público.

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