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sexta-feira, 22 de abril de 2011

amor é ver que arde sem ser fogo


Ontem mesmo, encomendaram-me palavras
que desnudassem o amor...
Qual nada! Que a mais devassa das meretrizes
ou o mais tolo dos etimocratas assumam tal posto!
Ai, amor, tola sagacidade, arco senil desmanchando as cores
e enervando a vista...
O melhor a se dizer nas sentimentais horas
não é o providencial eu-te-amo, frase pouco sonora...
Bom de verdade é realizar o amor, fazê-lo, comê-lo, cheirá-lo!
Bom é ver o ser amado de novo e de novo e sempre mais uma vez!
Bom é ter necessidade de um pai e, voilá, ter um pai;
buscar um abraço fraterno, uma conversa solta à beira-mar e, de pronto, ser atendido;
desejar um amante voraz, indomável, sem medo de escapar do óbvio, e ter as roupas imediatamente rasgadas;
em outro plano, ter um professor eficiente, um médico dedicado,
um psicólogo atento, um exorcista eufórico, um empregado fiel,
um namorado imberbe, um bichinho divertido, um amigo delicado...
Amar é o estancar das horas, é queimação no estômago depois de uma noite de porre,
é lugar em que se atraque sem motivo, é o amparo de uma gestação inconha e frágil.
É que nem estante de prateleiras infinitas, cada uma depositária de milhares de sonhos...
Amor não se guarda em uma gaveta só!
Amor não se guarda... e só!
 

2 comentários:

  1. "Amor não se guarda em uma gaveta só!
    Amor não se guarda... e só!"
    adorei ^^

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  2. Texto lindíssimo,

    tal descrição, como tantas outras já expostas aqui, só aumentam minha lista de textos favoritos!

    Você é shoowwwwww.

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