Não quero exaltar o amor, ou negá-lo;
há muito mais com que se preocupar:
o pão, o leite, o feijão e o açúcar...
Coração cheio, resta esvaziá-lo!
E que caiba no cardíaco espaço
um pouco das gentes que o mundo nega,
a doença da fome que o negro pega,
a flecha miséria e seu sangrento aço.
Para que exaltar o amor, ou negá-lo,
se, ao mundo, a fome grita, embora muda?
Muda? Muda nada! Jequitibá!
É de amor que vivo, e digo de estalo:
mãos ressequidas clamam por ajuda
e o peito cego só pensa em amar!
uma das coisas mais bonitas que li em semanas. Obrigada por isto.
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