Amigos leitores que por aqui já passaram

domingo, 28 de agosto de 2011

Poema para retornos


Que o cansaço sublevado dê lugar ao êxtase
e os ponteiros estáticos, arquétipos das limitações humanas e inumanas,
encontrem pouso noutros versos.

Que os desejos inauditos deixem rastros seguros
e o passado recupere seu posto de presente
para que alma e corpo cumpram sua sina.


Que a razão adormeça por breve momento
e os sentidos acordem famintos por encurtar distâncias
e remir os que se encarceram em peito inóspito.

Que as dores necessárias à criação criem asas
e ferrem todas as criaturas, luzentes e viventes,
e retornem mansas ao aposento do poeta.

Que o movimento das palavras seja recolhimento
e o passo derradeiro repita o primeiro
e o tempo de colher não tarde.

Nenhum comentário:

Postar um comentário