Que o cansaço sublevado dê lugar ao êxtase
e os ponteiros estáticos, arquétipos das limitações humanas e inumanas,
encontrem pouso noutros versos.
Que os desejos inauditos deixem rastros seguros
e o passado recupere seu posto de presente
para que alma e corpo cumpram sua sina.
Que a razão adormeça por breve momento
e os sentidos acordem famintos por encurtar distâncias
e remir os que se encarceram em peito inóspito.
Que as dores necessárias à criação criem asas
e ferrem todas as criaturas, luzentes e viventes,
e retornem mansas ao aposento do poeta.
Que o movimento das palavras seja recolhimento
e o passo derradeiro repita o primeiro
e o tempo de colher não tarde.
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