Tempo, se o contive, restaram-me alguns relógios
e calendários ancestrais.
Passos, sobrevivi-os em poucos pares de sapato
por um caminho encoberto.
Amigos, não os recordo, apenas fotos enfarruscadas
ou nomes oblíquos em algoritmos.
Sabores, permito-me o gosto das coisas ultrapassadas
e os caprichos da jocosidade.
Amores, rest in peace nas reminiscências
ou na antiga caderneta de memórias.
Espelho, já não me submeto a suas vontades
nem me conduzo pela sedução do momento fixado.
Palavras, que as noites insones revivam os caracteres
impressos a seco.
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