Sara, pedra rara,
nunca para,
sempre cura,
sempre espera
no alpendre
da promessa,
no altar
da solidão.
Sara, sem ter cara,
sem ter fala,
mal se entrega
à flor que rega,
que vem outro
e outro e outro,
qual seu nome?
nome não.
Sara, que dispara
os batimentos,
os ardores,
os tormentos,
ama a cama,
o mato, a relva,
a poltrona
e o chão.
Sara, que enamora
o estrangeiro,
o menino
mais arteiro,
o vilão, o timoneiro,
o cunhado do ferreiro,
a cidade
e o sertão.
Sara, já é tarde,
vai pra casa,
amanhã tem nova lida,
outro dia, outro peito,
a flor do eito
se findara
em gozo, em fel,
em Sara.
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