Amigos leitores que por aqui já passaram

domingo, 27 de maio de 2012

Sara


Sara, pedra rara,
nunca para,
sempre cura,
sempre espera
no alpendre
da promessa,
no altar
da solidão.

Sara, sem ter cara,
sem ter fala,
mal se entrega
à flor que rega,
que vem outro
e outro e outro,
qual seu nome?
nome não.

Sara, que dispara
os batimentos,
os ardores,
os tormentos,
ama a cama,
o mato, a relva,
a poltrona
e o chão.

Sara, que enamora
o estrangeiro,
o menino
mais arteiro,
o vilão, o timoneiro,
o cunhado do ferreiro,
a cidade
e o sertão.

Sara, já é tarde,
vai pra casa,
amanhã tem nova lida,
outro dia, outro peito,
a flor do eito
se findara
em gozo, em fel,
em Sara.





Nenhum comentário:

Postar um comentário