Fiz uma canção que, de tão antiga,
lembrava um arrastar de alpercatas
no cimento batido da varanda
rangida pela rede de tucum.
Pousei na lembrança um álibi vil
que remoçasse as horas e os retratos
espelhantes dos veios ancestrais
nas carcaças sobre o solo rachado.
De nada adiantou burilar cantos,
porque os dias penderam agoureiros
tramando redemoinhos nas faces.
Entrego-me, pois, às hostes espúrias
que agora cobram um breve silêncio:
anjos de palha conduzem à porta.
terça-feira, 14 de setembro de 2010
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