Se, com o tempo, as palavras secassem,
mais por precaução que por amargura?
Se as vozes unas perdessem a alvura
e os corpos nunca mais se procurassem?
Se as imagens ressequidas perdessem,
sem aflição, o torpor da brandura?
Se a indolência me trouxesse a cura
e os ponteiros, em mim, alvorescessem?
Como haver encontro sem abandono?
Como, se em cada lavra há um retorno?
No tropel das lembranças, a resposta:
Entre alguns porta-retratos e o sono,
entre as horas cerradas e um contorno,
mais uma vez deixo a saudade exposta.
terça-feira, 20 de julho de 2010
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