meus dedos são pássaros indecisos
que se assustam a cada movimento,
que se enervam em gestos caridosos,
que se fartam com tão pouco alimento.
meus olhos são redes de arrasto ao mar,
que assim chega o que me comprime a vista,
água brotante à cata de espraiar,
grota de margem oculta, imprevista.
meus pés guiam-se por outras passadas:
silenciosos e dóceis entregam-se
à estranha alvura dos novos luares.
meu tempo, no teu, encontra morada;
por tuas quimeras as preces elevam-se;
em teu corpo edifico meus pilares.
quinta-feira, 29 de julho de 2010
Assinar:
Postar comentários (Atom)
"meus dedos são pássaros indecisos"
ResponderExcluir-sorriso largo.
Caríssima, são versos singelos,que surgiram num breve momento de contemplação do tempo e das coisas da natureza. Obrigado pelos seus sempre providenciais comentários. Abraço.
ResponderExcluir