Amiga, deixo-te um mundo de inocência,
eivado de uma inconsciência necessária.
Posto que me tenhas em tempo incerto,
o rio que pereniza tua infância sangra-me o passado.
Amiga, por tua presença ergo um vão,
teço um véu que suplante tuas moralidades:
ego sum qui sum, inquiro-te e abrevio-te,
que não és tangível.
Amiga, como por paga, engulo-te, porque em mito
insurjas-te contra os de tua grei.
Se te contemplo, é por esquecimento,
que nas vincas de teu rosto vinguei um campo,
onde reencontro adormecida tua sede de partir.
Amiga, hei de ser bálsamo que te esfolhe um sorriso.
Que mendigação!... Que mendigação!...
– Se me não sobra tempo, resta o sonho.
terça-feira, 23 de março de 2010
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De pessoas com sensibilidade maior broam belos textos, como estes!
ResponderExcluirParabéns, amigo!
Lucineudo Machado
Maio de 2010